Estamos na era da Inteligência Superficial (IS)?
Publicado em 05 de abril de 2025
Após a leitura de um texto do David Matos, me deparei com algo que já me incomodava desde o surgimento dos algoritmos viciosos existentes nas redes sociais: o piloto automático que vivemos diariamente. A IA generativa é uma ferramenta poderosa, mas concomitantemente, ela pode nos impedir de pensar criticamente e de forma criativa, e é aí onde mora o perigo (e facilmente a gente cai nisto).
A IA generativa transformando nosso modo de trabalhar - e de pensar?
Longe de mim querer criticar a IA generativa, uso-a constantemente. O desenvolvimento desse projeto (Xplore Dados) foi feita com a ajuda do Gepeto (o famoso ChatGPT). Além disso, eu apoio o uso de IA generativa para otimizar processos, aumentar a produtividade e melhorar a eficiência (afinal, quem não gosta de ganhar tempo em tarefas repetitivas para focar em tarefas mais criativas e críticas?).
Mas estamos mais críticos e criativos?
Será que estamos otimizando nosso tempo em tarefas repetitivas para investi-lo em outras tarefas que estimulem nossa criticidade ou criatividade? Ou será que estamos apenas seguindo os comandos que a IA nos dá, sem nem sequer questionar se aquilo faz sentido? Como vocês podem ver na seção Sobre Mim, faço doutorado, e, olha, não é fácil. Estou em um limbo entre a criticidade e rigor da pesquisa, e a facilidade e rapidez que a IA generativa proporciona. E, por mais que eu tenha consciência disto, é difícil não se deixar levar pela facilidade, nosso cérebro é programado para economizar energia. Portanto, às vezes me pego utilizando muito a IA generativa, e isto me preocupa. O imediatismo me preocupa.
Me preocupa porque, às vezes, eu preciso passar um bom tempo pensando para conseguir desenvolver um texto profundo, enquanto meu cérebro fica GRITANDO: "Patrick, pelo amor de Deus, usa o Gepeto, ele escreve isto em 3 minutos". E, sim, ele escreve, mas e aí? Eu me desenvolvi com isto? Consegui reter algum conhecimento? Ou estou apenas compartilhando informações que não são minhas e, quiçá, não são verdadeiras?
Utilize com moderação
Quando entro no dilema "usar ou não usar, eis a questão?", eu analiso para qual atividade eu usarei; se a atividade for extremamente lógica e que eu até já sei fazer, mas sei que é trabalhoso, eu vou de Gepeto sem medo. Ou seja, desenvolver medidas para o Power BI, responder e-mail padrão, e até seções em artigos extremamente quantitativos e estruturados, não vejo problema em utilizá-lo. Agora, se a atividade envolve criatividade, criticidade e reflexão, eu prefiro não usar, mesmo se eu estiver errado, até porque, "é errando que se aprende".
Em suma, para você que está lendo esse post, para um pouco, respira. O mundão está rápido mesmo e nossa cabeça não está conseguindo assimilar tudo isso. A IA generativa é uma ferramenta extraordinária, isto eu não tenho dúvida, mas ela é uma ferramenta, e não a substituição do seu cérebro. Mas a escolha é sua, aceitar que a IA generativa vai ser um complemento para o seu trabalho, ou aceitar que a inteligência superficial vai estar cada vez mais presente na sua vida?
Pronto, escrevi o post para o seu texto, pode compartilhá-lo com as pessoas 🙂.
E agora, quem será que realmente escreveu este texto? Eu, ou o Gepeto? 😅 Boa sorte para descobrir.
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